General Alfredo Moacyr Uchôa
Uma Vida Devotada à Busca da Verdade
ALFREDO MOACYR DE MENDONÇA UCHÔA
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​BIOGRAFIA
(Escrita por sua esposa, Ena de Miranda Uchôa)
Filho de Idalina e Alfredo, nasceu no Engenho Bititinga, Município de Murici, Alagoas, no dia 21 de abril de 1906, sendo o segundo filho do casal. Com o falecimento do mais velho teve, depois, mais dois irmãos: Darcy e Maria de Lourdes. Todos os seus estudos de nível primário e médio foram feitos em Maceió.
Idalina e Alfredo. Clique na foto acima para baixar um arquivo com a ascendencia de Alfredo M. Uchôa
Aos 16 anos incompletos foi para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola Militar do Realengo, envolvendo-se, poucos meses depois, no Movimento Revolucionário de 1922, quando foi preso e enviado, com outros colegas, para a guarnição de ITU, São Paulo, onde permaneceu aguardando julgamento, até que retornou ao Rio, julgado e excluído do Exército.
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Estudando sem qualquer professor, preparou-se e prestou vestibular para A Escola Politécnica do Rio de Janeiro, sendo aprovado e na qual se diplomou em 1928.
Alfredo Moacyr de M. Uchôa
Como engenheiro geógrafo e civil, foi trabalhar em Vitória, capital do Estado do Espirito Santo, na Comissão de Melhoramentos da capital e, depois, na Secretaria de Viação e Obras Públicas.
Em 1930, em Vitoria, conheceu ENA. Com a vitória da Revolução, foi anistiado e voltou ao Exército. Neste mesmo ano, ficou noivo de ENA. Transferido para o Rio de Janeiro, cursou, como 1º tenente, a Escola Militar Provisória.
Alfredo Moacyr de M. Uchôa, formado engenheiro
Casamento com Ena (1933)
Em 1932, tomou parte na Revolução Constitucionalista de São Paulo, ao lado do Governo. Em 1933 casou-se e ficou, ainda no Rio, durante um ano, sendo transferido para Pernambuco, indo servir no interior do Estado, na cidade de BARREIROS, trabalhando na construção de uma remonta.
Aí o casal foi residir em uma casa no alto de um morro, que quinze anos antes havia sido um hospital. A casa era grande, com os cômodos separados por paredes de meia altura, telha vã e piso de cimento. Era totalmente isolada das residências dos demais oficiais. Havia água corrente para o uso da casa, mas, para beber, comprava-se na porta, trazida por um agadeiro no lombo de um burro. Para que a casa não caísse, Moacyr escorou várias paredes. ENA guardava litros de álcool com escorpiões mortos dentro da casa, onde também matou, certa vez, duas aranhas caranguejeiras e uma cobra.
A mobília da casa foi feita por ENA com tábuas e caixotes, cobertos de chitão, tendo uma aparência muito agradável. Essa mobília foi muito disputada, por várias pessoas, quando o casal se mudou. ENA fez uma horta que produzia hortaliças, naquele tempo coisa rara na região.
Era época de Natal, ocasião em que, no Nordeste, organizavam-se Reisados, grupos formados por crianças vestidas bizarramente e cantando cantigas folclóricas. Prevenida, pela lavadeira, que um grupo de reisado iria a sua casa, ENA preparou doces e refrescos para a turma, que chegou cantando e batendo palmas, cantando o seguinte verso:
EU VIM À REMONTA
COM MEU BATALHÃO
SALDAR A SENHORA
DO SEU CAPITÃO!
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Tudo isso deixou uma recordação inesquecível, que ENA cantava para os netos.
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Ao fim de nove meses em Barreiros, MOACYR foi promovido a Capitão e o casal transferiu-se para o RECIFE, onde MOACYR foi comandar a 6ª Companhia de Preparadores de Terreno (6ª CPT) – instalada no, hoje, Museu do Forte das 5 Pontas - cuja atividade principal era a de construir pistas de pouso para o Correio Aéreo Nacional, em todo o nordeste. Nessa época, a aviação militar estava ligada ao Exército. Não existia a Aeronáutica.
Em 1935, ainda no comando dessa Companhia, MOACYR participou, do lado do Governo, da Revolução Comunista. Logo após, o casal regressou ao Rio de Janeiro, indo morar com seus sogros em Niterói, onde nasceram seus filhos Luiz Carlos Krish, Anna Maria Christina e Paulo Roberto Yog.
Clique na foto acima para abrir o trabalho sobre o Forte das 5 Pontas na Intentona Comunista, publicado por seu filho Paulo Roberto Y. de M. Uchôa no Fundação Cultural do Exército - Revista Da Cultura Ano XII - Nr 22 - Dez 2013
Mensagem escrita pelo, então, capitão Alfredo Moacyr Uchôa e respondida, no mesmo papel, pelo Secretário de Segurança de Pernambuco, o também Capitão e seu amigo, Malvino Reis, sobre a Intentona Comunista... O documento foi doado ao museu do 14º Batalhão de Infantaria, Recife/PE, pelo filho Paulo Roberto Yog, então General Comandante da 7ª RM-DE.
No Rio, MOACYR serviu na Inspetoria de Artilharia de Costa, trabalhando na Fortaleza de Santa Cruz e no Forte Imbuí, onde construiu o paiol semienterrado, à prova de bombardeio e projetou as instalações e embasamento de canhões pesados - Armstrong (da Marinha), no Forte de Coimbra.
Em 1938, MOACYR ingressou no magistério militar, como professor de Mecânica Racional e Cálculo Vetorial da Escola Militar do Realengo.
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Promovido a Major e, depois a Tenente Coronel, quando acompanhou a Escola em sua transferência para RESENDE, passando a Escola a denominar-se ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS - AMAN.
Alfredo Moacyr de M. Uchôa, com a esposa Ena em Resende
Alfredo Moacyr de M. Uchôa, com a esposa Ena e seu filho Paulo Roberto (o terceiro filho do casal) em Resende
Promovido a Coronel, assumiu a cátedra de Mecânica Racional. Durante 8 anos, MOACYR exerceu, acumulando com suas funções de professor, o cargo de confiança do General Comandante, de Sub Diretor de Ensino Fundamental, tendo sob sua responsabilidade a orientação e a coordenação de todos os professores, bem como das matérias do ensino fundamental. Ainda, em Resende, foi convidado e aceitou ser professor de inglês do Colégio Dom Bosco, onde seus filhos estudaram.
Em 1949, chefiou a Delegação de Professores da AMAN a uma visita de estudos e análise do sistema educacional da Academia Militar de West Point, nos EUA.
Grupo de Professsores da AMAN (General Alfredo Moacyr Uchôa na primeira fila, no centro)
Em 1951, em Resende, nasceu sua filha caçula, ANGELA MARIA CRISTINA.
Em 1957, por designação do Ministro da Guerra, General TEIXEIRA LOTT, MOACYR fundou o COLÉGIO MILITAR DE SALVADOR, sendo seu primeiro Comandante.
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Após dois anos de comando, foi cursar, no Rio de Janeiro, a Escola Superior de Guerra - ESG, durante o qual curso teve a oportunidade de voltar aos EUA, em 1960.
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Em 1963, a pedido, reformou-se, no posto de General.
Alfredo Moacyr de M. Uchôa, Ena e filhos. Luiz Carlos Krish (ao seu lado direito), Paulo Roberto Yog (ao seu lado esquerdo), Angela Maria Cristina (menina), Anna Maria Christina (sentada a frente de Luiz Carlos).
Na AMAN e em todas as guarnições onde serviu, fez uma infinidade de amigos. Seus alunos, mais tarde oficiais, sempre tiveram por ele admiração e respeito, o mesmo acontecendo com seus comandados e subordinados.
Durante sua vida militar recebeu sempre elogios pelo seu desempenho profissional, particularmente quando deixou o comando do Colégio Militar de Salvador, ocasião em que foi elogiado, em Portaria Especial, pelo Ministro da Guerra, General Henrique D. Teixeira Lott.
Ao longo de sua vida militar, foi condecorado com as seguintes medalhas: 30 anos de serviço; do Mérito Militar, no grau de Oficial; Marechal Trompowiski, do Magistério Militar.
General Alfredo Moacyr Uchôa no comando do Colégio Militar de Salvador
Após sua passagem para a reserva, em 1964, foi Assessor da Presidência da Superintendência Nacional de Abastecimento – SUNAB; Chefe do Departamento de Custos da Companhia Brasileira de Armazenamento - CIBRAZEM e Diretor de Engenharia da Caixa de Pecúlio dos Militares - CAPEMI.
Em 1968, foi para Brasilia, trabalhando como engenheiro na administração da Cidade Satélite do Gama, depois como engenheiro na fiscalização de obras da Caixa Econômica Federal, de onde saiu para a Assessoria do Departamento de Assuntos Universitários do Ministério da Educação, a convite de seu amigo e ex-aluno, Ministro JARBAS PASSARINHO.
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Foi um dos fundadores da UNIÃO PIONEIRA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL - UPIS, centro de ensino superior, sendo desde o início seu Diretor Presidente e Diretor de duas faculdades.
General Alfredo Moacyr de M. Uchôa e Presidente Figueiredo inaugura compus da UPIS
General Alfredo Moacyr de M. Uchôa coloca a pedra fundamental da UPIS.
General Alfredo Moacyr de M. Uchôa, fundador e Reitor da UPIS
Em Brasilia, fundou a ASSOCIAÇÃO UNIVERSAL MORYA, para difusão da TEOSOFIA.
Fundador da ASSOCIAÇÃO UNIVERSAL MORYA
BIOGRAFIA
(completada pelo filho Paulo Roberto Y. de M. Uchôa)
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A vida de Moacyr está muito bem resumida e sintetizada no livro que ele próprio escreveu e publicou: UMA BUSCA DA VERDADE - sua autobiografia.
Homem de uma extraordinária dedicação às pesquisas do supranormal bem como ao trabalho com curas transcendentais, tornou-se bastante conhecido pelas pessoas e instituições ligadas a esses tipos de assunto.
No ambiente familiar sempre foi carinhosamente amado por todos, que elegeram Moacyr como seu "guru", dele sorvendo e apreendendo os conhecimentos relacionados às coisas do espírito. Esse procedimento também foi adotado por incontável número de pessoas que lhe eram chegadas.
Sua filha Angela compôs uma canção que resume, com muita precisão, muitas das "facetas" de seu pai:
"Meu paizinho é bonitinho, meu paizinho é um amor.
Ele é luz, amor e carinho, ele é mesmo encantador.
De manhã cedo, já bem cedinho, ele sai pra trabalhar
E em casa, depois, do almoço, já nem pode descansar.
E de noite, pererecando, na UPIS e em mil atividades,
Ele é mesmo uma brasa, não dá bola para a idade..."
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"Meu paizinho é bonitinho, meu paizinho é um amor.
Ele é luz, amor e carinho, ele é mesmo encantador.
Com as águas e com as pedras ele fala com fervor.
Fitipaldi pra ele é pinto, das estradas é o terror.
Compreende tudo de todo mundo, entende tudo seja o que for,
Ele até fez amizade com o tal Disco Voador..."
Em 12 de janeiro de 1983 foram comemoradas suas BODAS DE OURO, em uma belíssima cerimônia no Clube Militar de Brasilia.
Enita e Moacyr valsando
Enita e Moacyr
Enita e Moacyr e netos. (da esquerda para a direita, Liane, Denise, Flavia (com Ana Luiza no colo), Moacyr, Enita, marcelo, Claudia, Sylvanna, Paulo Sylvio e Andre Luiz)
Entretanto, aqui é o momento para repetir a pequena descrição de Moacyr, contida no texto preparado e lido pelo filho Paulo Roberto:
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"O homem: Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, faz hoje ideia nítida e precisa da direção da Evolução, e tem dedicado sua vida a cooperar com ela, auxiliando e orientando os seus irmãos de jornada. Os Membros da Grande Hierarquia, em cujas mãos está a Evolução do Mundo, buscam homens como ele, predispostos para a missão, orientando-os no que lhes falta para poderem auxiliá-los na Grande Obra."
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Quando por ocasião de seu aniversário de 80 anos (21 Abr 86), o filho Paulo Roberto presenteou-o com um áudio visual sobre sua vida. O trabalho, batizado de "AS OITENTA PÉTALAS DE UMA ETERNA ROSA" tem a duração de 50 minutos e consta de 240 slides que reproduzem toda sorte de fotografias que foi possível obter e relacionadas com Moacyr, projetados por sobre um texto preparado pelo filho e que aborda, de forma resumida e bastante ilustrada, os 3 principais segmentos da intensa vida de Moacyr: o profissional, o familiar e o espiritual. E o trabalho termina assim:
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"Que possamos nós, um dia, como você, Moacyr, sermos capazes de mergulhar para dentro de nós mesmos, até sentir o espírito, vindo da densidade das rochas, do paralelepípedo das ruas ou da poeira das estradas e das areias oceânicas, por dentro da vida, até a Alma dos Sóis, das Estrelas, das Galáxias..."
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"Era uma vez uma rosa que nasceu eterna quando a mônada divina fecundou-lhe a semente. Em seu caminho de ascensão, floresceu em incontáveis canteiros, recebendo, em cada um, um nome e uma missão..."
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"No dia 21 de abril do ano terrestre de 1906, a Roda de Sansara recolocou-a no mundo dos homens e batizou-a de MOACYR. Uma noite, seus irmãos de jardim comemoraram suas OITENTA PÉTALAS, perfumadas com a pura essência do Divino Amor que já realizou em seu coração..."
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"Hoje, ela, a ROSA MOACYR, sabe qual é o seu destino. No mais profundo de seu ser, uma alegria incontida revela a certeza da inexorável FUSÃO COM A LUZ MAIOR... Quando o momento chegar, a ROSA, plenamente desabrochada, desvencilhar-se-á das milhares e milhares de pétalas que ornaram sua corola, para sentir, em cósmica vibração, que EU E O PAI SOMOS UM !!!..."
Vejam no link do Youtube abaixo:
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AS 80 PÉTALAS DE UMA ETERNA ROSA
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No final da década de 80, os problemas de coluna de Moacyr foram se agravando, até que, com o primeiro derrame cerebral que o acometeu em fevereiro de 1991, guardou o leito de forma definitiva, passando à fase de expiação da sua, até então, tão bela, produtiva e realizada vida sob a regência de seus amados Mestres Jesus, Morya e Phelipe de Lion.
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Ao poema abaixo segue-se um comentário que bem demonstra a altura em que se encontra o espírito de Moacyr, mesmo quando, ainda, encarnado e padecendo sob o peso de seu KARMA que, para alguns, se constitui na derradeira provação para ele que, com certeza, já não mais precisará retornar a esse mundo físico, denso e sofredor, pois que sua evolução prosseguirá em planos e níveis superiores.
BUSQUEI
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Busquei sempre a Verdade
E nos caminhos por que passei,
Encontrei tropeços, dificuldade
Mas, sempre, sempre Busquei!
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Por isso, ao final dessa jornada terrena,
Depois de tantas venturas, mas também de sofrimento e dor,
Posso afirmar: Só essa Busca traz, ao espírito, a realização plena
E nos permite a transição serena
Para os planos da Luz, da Vida Eterna e do Amor.
Brasília, 06 de julho de 1995
Sobre o poema acima:
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Ena de Miranda Uchôa faleceu, em Brasília, em 15 março de 1995. Quase 4 meses depois, sua filha Anna Maria teve que ir ao sítio de seus pais, em Alexânia - GO, para resolver problema com o caseiro. Viajou no carro e com o motorista que eram de sua mãe. Na viajem, no banco de trás do carro, começa a se lembrar, com muita saudade, das quantas vezes fizera aquele percurso, naquela mesma situação, sentada ao lado de sua mãe naquele mesmo banco traseiro. Aos poucos, foi sentindo a sensação da presença de Ena, que foi se intensificando tornando-se, então, muito forte. Sentiu enorme desejo de escrever. Deveria ser sua mãe querendo se comunicar, pensou. Abriu a bolsa, retirou um caderninho de notas, pegou a caneta e entregou-se ao impulso. Anna Maria nunca psicografara nada. Era a primeira vez, e ela estava feliz porque sentia (e queria que assim fosse) que se tratava de sua mãe. Terminada a curta mensagem, ao lê-la, tomou-se de natural surpresa: pelo estilo, pelo tema, pelas palavras, pelo sentido, pela poesia, pela tônica místico-filosófica, não havia dúvida: NÃO FÔRA ENA. Aquela bela, inspirada e categórica mensagem era UMA MENSAGEM DE SEU PAI, Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, ainda encarnado e, há muitos anos, padecendo no leito de dor. Àquela época, já praticamente inconsciente para o nosso mundo material.
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Tudo se passou como se Moacyr, determinado a transmitir aquela mensagem, mas ainda preso aos grilhões da carne e, portanto, talvez sem condições de atuar decisivamente sobre a filha Anna Maria, TEVE A AJUDA DE SUA AMADA ENITA que, naquela oportunidade, trabalhou como verdadeira ponte entre Moacyr e Anna Maria. Ressalte-se o fato de que, mesmo supondo tratar-se de alucinação, autossugestão ou que nome se queira dar, a mensagem seria NECESSARIAMENTE de Ena, como era o ardente desejo de Anna Maria, por cuja mente jamais passara a possibilidade de seu pai dispor daquele Poder que, afinal, demonstrou, inequivocamente, possuir.
Alfredo Moacyr faleceu às 05:45 hs do dia 05 de março de 1996, no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília. Seu corpo, por "coincidência", não pode ser velado na capela do HFA, já comprometida em velar outra pessoa falecida. Seu filho, Paulo Roberto, então General Comandante da 11a Região Militar, conseguiu que o velório fosse realizado no conhecido Oratório do Soldado, templo ecumênico, do Exército, em Brasília. Na ocasião compareceram um sem número de amigos e ex-alunos de Moacyr. Tudo pareceu encaixar com a filosofia ecumênica sempre defendida por Moacyr. O Coronel, Capelão Católico Militar, o Ten Cel Pastor Evangélico e o Presidente da Regional da Cruzada dos Militares Espíritas, todos se ofereceram para realizar a oração de despedida do corpo. Aceitos pela família, o filho Paulo Roberto, no momento oportuno, dirigiu-se aos presentes a quem informou o motivo das orações, em várias religiões. E disse o seguinte:
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"Alfredo Moacyr era um homem que se autointitulava profundamente religioso, sem ter. ele próprio, uma religião definida. Orar, rezar, sempre lhe foi uma atividade de enorme prazer. Orar em um templo católico lhe enlevava a alma; rezar num ambiente evangélico lhe enaltecia o coração; dirigir-se à Deus numa reunião espírita lhe era profundamente gratificante; meditar em um templo budista o conduzia a algo como o Samadhi; e assim por diante... "
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Feitas essas colocações, os ministros de cada religião presente proferiram sua oração, ao término das quais o filho Paulo Roberto fez a leitura de uma carta que Denise, sua filha e neta de Alfredo Moacyr, havia escrito para o momento do desenlace, na certeza de que a inspiração de Denise sintetizava o que todos, parentes e amigos, desejavam dizer naquele momento:
CARTA AO MEU AVÔ
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A Terra já pressente a tua ausência.
O verde das árvores reflete o vazio.
Um sopro frio permeia a natureza.
Tudo se cala, solenemente.
Saudade infinita sentiremos de ti.
Pai amado, deixa-nos órfãos.
Deste-nos tanta esperança!
Esperança de vidas sucessivas,
da justiça do Karma... reencarnação...
Ensinaste-nos a estudar os mistérios,
Teosofia, verdades divinas...
Encantou-nos com os anjos, os Devas,
a pureza dos seres ascencionados.
Tuas palavras encheram corações,
plateias, lares, hospitais.
Curastes.
Tuas curas permanecem como prova
de tua fé no Cristo, nos Mestres.
Ser de bondade sem fim...
Sabedoria interior, amor, Divino Amor.
(Tuas qualidades se multiplicam
à tentativa de enumeração)
Deixa-nos órfãos!
Avô, esferas mais sublimes
te aguardam - como a um Santo.
Bem-vindo serás!
Os céus se rejubilarão com a tua chegada...
Há muito estás pronto para a Grande Viagem...
Teus Mestres Amados te receberão no Portal, fiel discípulo que tu és!
Cumpriste cada etapa de tua missão pioneira,
reveladora, única e bela.
Tua vida foi uma trajetória de amor,
Busca e realizações.
Amaste ao próximo como a ti mesmo.
Amaste a Deus acima de todas as coisas...
A força de tuas preces
transcenderam as estrelas
e alcançaram seres de outros mundos.
Que também te ouviram.
Hoje. todos sofrem com tua partida inexorável...
Acompanhe teus Mestres, querido!
Siga teu caminho
iluminado pelo esplendor de tua alma!
Ouça os cânticos que te convidam...
Teus filhos te amarão para sempre.
Tua obra sobreviverá aos tempos...
Nós sentiremos tua falta,
até que tu venhas nos buscar, um dia...
Vá com Deus, meu avô !
E salve o dia do nosso reencontro,
na Terra ou nos céus.
Nós te acharemos.
É só seguir a luz...
Tua netinha,
Denise
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A seguir, a filha Anna Maria disse o belo poema que havia "psicografado" e que, neste resumo biográfico foi reproduzido sob o título de "BUSQUEI". Finalmente, o filho Luiz Carlos conduziu a última oração.
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O filho Paulo Roberto, em nome da família, preparou e distribuiu aos amigos e parentes um pequeno e significativo cartão, com o retrato de seus Mestres Jesus, Morya e Philippe de Lyon, onde, também, constava:
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Que possamos nós, um dia,
como você, Moacyr, sermos capazes de
"...mergulhar, para dentro de nós mesmos,
até sentir o Espírito, vindo da densidade das rochas,
do paralelepípedo das ruas ou da poeira das estradas
e das areias oceânicas, por dentro da vida,
até a Alma dos Sóis,
das Estrelas e das Galáxias..."
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Em 21 de março de 1996, a Câmara Legislativa do Distrito Federal, através de seu presidente, encaminhou à família a Moção Número 1301/96, da qual extrai-se os dois últimos parágrafos:
"Lamentamos perdas, como esta, de pessoas que representam tanto para o nosso país e deixam uma grande lacuna para a sociedade."
"É por esta razão que os Membros desta Casa enviam sua solidariedade aos familiares do nosso saudoso General Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa."
Em consequência, em nome da família, agradeceu o filho Paulo Roberto, através da seguinte correspondência:
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Ao Exmo Sr Deputado GERALDO MAGELA
MD Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal
Sr Presidente
Venho, através desta, na condição de filho e em nome da família do General Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, falecido no último dia 05 de março de 1996, agradecer a solidariedade e o pesar manifestos através da Moção Nr 1301/96.
Faço V Excia saber do sentimento de satisfação que invadiu nossos corações ao receber tão honrosa comunicação, onde se constata que nosso saudoso pai teve reconhecido seu trabalho de educador, pesquisador e homem de ciência avançada, desenvolvido, ao longo dos últimos trinta anos de sua vida, no ambiente desta cidade, a qual tanto amou. Para ele, a magia de Brasília se resume na responsabilidade para com seu próprio futuro, que previa luminoso e promissor no concerto das Nações. Quantas vezes o ouvimos dizer que "aqui está o berço e será o polo de irradiação da chamada Nova Grande Raça - segundo a terminologia Teosófica - que há de conduzir a humanidade terrestre ao longo dos amplos caminhos dos próximos milênios."!
Aproveito a oportunidade para expressar, a V Excia e a todos os nobres deputados Membros dessa Casa, o nosso mais profundo reconhecimento, respeito e admiração.
General PAULO ROBERTO YOG DE MIRANDA UCHÔA
Comandante da 11a Região Militar Brasília, 09 de Maio de 1996
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